Archive for June 3, 2016

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Foi aprovada greve dias 8, 9 e 10 de junho (quarta/quinta/sexta) “condicionada” à não realização ou transferência da reunião dos sindicatos com a Eletrobras dia 8 (quarta).

Já ficou agendada ASSEMBLEIA em FURNAS, no EC em Botafogo, no dia seguinte a reunião, dia 9 pela manhã. Mais detalhes ainda serão passados pelo sindicato.

A divisão dos votos se deu da seguinte forma:
– 30 votos a favor da greve de 72h;
– 17 votos a favor da greve de 48h (quinta e sexta);
– 1 abstenção.

Segue abaixo resumo dos temas abordados na assembléia feito por trabalhadores presentes no local, resumo extraído das “redes sociais”:

Ontem (02/06/2016) os trabalhadores estiveram no auditório da AEEL para deliberar o indicativo do CNE de paralisação de 72 horas caso a reunião de 08/06 da empresa com o CNE sobre PLR e ACT não ocorra ou seja transferida novamente. O nível foi bem melhor em relação às últimas assembleias. Ficou provado que é possível tocar em pontos polêmicos com respeito, sem pedaladas, atropelos e inibindo a base de pronunciar.

Foram 2:50h de assembleia com mais de 20 pedidos de palavra e interlocução com a mesa, em uma Assembleia com 48 presentes.

A mesa estava composta com o representantes do SENGE, SINAERJ e outros diretores do Sintergia conduzindo, o que sinalizou que a petição on line encaminhada ao CNE surtiu resultado. Por sugestão do Felipe Araújo do SENGE-RJ, dividiu-se em três partes:

– Posicionamento dos indicativos do CNE;
– Palavra à base e deliberação;
– Assuntos gerais com palavra da base.

1 – Foi pontuado pelos representantes da mesa a necessidade de entrar com uma ação judicial sobre uma portaria do DEST que libera o acesso a todos os dados de cada empregado do sistema Eletrobras. E de como isso é prejudicial ao trabalhador. Foi deliberado por maioria pela aprovação de o CNE entrar com a ação, com 6 abstenções;

2 – Os representantes fizeram o encaminhamento do CNE pela paralisação de 72 horas caso a rodada de negociação seja cancelada ou transferida novamente.
Dentre os vários encaminhamentos, os pontos mais citados foram:

– A Eletrobras já desmarcou duas reuniões e deixou de entregar uma proposta por outras duas vezes. Em caso de novo cancelamento, teremos que dar uma resposta à altura;
– Os trabalhadores pediram para que Furnas não seja colocada como última a deliberar como vem acontecendo e que seja definido um local fixo para as assembleias para que não seja algo itinerante. A mesa se comprometeu, em caso de proposta no dia 08/06, deliberar em Furnas no dia 09/06 pela manhã;
– Muitos colegas encaminharam um pedido para que o CNE reconsidere as greves que emendam com os finais de semana. Dado que isso desmobiliza a base gerando grandes feriados, desvirtuando o propósito da greve. Alguns citaram que aprovariam o encaminhamento desta vez, mas que esperariam mais boa vontade do CNE nesse sentido em outra eventual paralisação;
– Foi levantada a questão de que não haveria empecilho de se fazer paralisações iniciadas em dias diferentes, atendendo tanto as peculiaridades das áreas quanto às dos ECs, e que isso ainda poderia servir de benefício estratégico para a luta dos trabalhadores, que com o mesmo tempo de paralisação, iriam causar uma ruptura dos serviços da empresa por mais tempo, permitindo inclusive uma dedicação maior do sindicato em dias de início ou final, sem a necessidade de dividir os escassos representantes, podendo inclusive mobilizar atos maiores nesses dias;
– Vários colegas pontuaram com relação à legalidade da greve. O advogado do Sintergia pontuou da importância de se cumprir os ritos legais ao comunicar a empresa com 72 horas de antecedência;
– O advogado também aventou a possibilidade de se recorrer ao MPT e que ele tem utilizado isto em alguns acordos coletivos, onde se esgotaram as negociações, dizendo que foi eficiente, rápido e bem favorável a quem recorreu;
– A forma truculenta como foi conduzida a última assembleia foi alvo de FORTES CRÍTICAS . Desde as faixas de greve antes da assembleia, passando pela palavra do trabalhador sendo caçada em uma assembleia dissolvida forçadamente pelos representantes antes mesmo de uma votação;
– Vários trabalhadores pontuaram que independe de PLR e ACT, temos questões muito importantes para colocar no front destas campanhas. A proteção da FRG, a blindagem de Furnas de indicações políticas para a diretoria, buscando privilegiar sempre indicações técnicas e de maneira destacada, um combate estruturado às ameaças de privatização noticiadas na mídia. Foi sugerido inclusive que em uma eventual nova paralisação, um dia seja considerado nacional em defesa das estatais e combate a agenda neoliberal que visa desmantelar o setor elétrico;
– Após estes apontamentos, foi feito um outro encaminhamento para paralisação de 48h nos dias 09 e 10/06. Como já citado, passou o encaminhamento do CNE de 72h;

3 – Depois da deliberação, a palavra ficou aberta para os Assuntos Gerais que exposto abaixo em linhas gerais:

– PLR: Foi questionado aos membros da comissão paritária presentes, o porquê de não estar havendo informativo algum sobre a situação real da PLR após 8 reuniões e porque há tanta indecisão sobre a aplicação da fórmula se ela já não estava previamente decidida no TST,
A questão do boletim ficou sem resposta. Sobre a fórmula da PLR, foi apontado que todas as geradoras garantiram 1 folha dentro das metas operacionais do CMDE. O ponto polêmico desta questão na “inserção de última hora por parte da empresa do ISE BOVESPA”. Há uma tentativa remota de discutir com a empresa sobre o conceito de lucratividade da holding e os impairments inerentes às investigações da Hogan. Mas o ponto mais polêmico segue sendo o EBTIDA absoluto (0,25) ou ajustado (0,50). Segundo o representante da Comissão, o EBTIDA ajustado que garantiria 0,50 folhas, é o mais justo porque despreza além de juros, depreciações, amortizações, também questões que não se relacionam ao negócio, como o já citado teste de impairment. Eles acreditam que se for ao TST, a chance de ser adotado o EBTIDA absoluto é razoável;

– Foi enfatizada a não realização de Assembleia para que o Sintergia indicasse seus delegados para o ENTFU. O presidente se comprometeu e afirmou que isso não ocorrerá nos próximos anos;
– Foi solicitado à mesa que o Sintergia desse garantia de apoio ao piquete em caso de greve. A garantia foi confirmada pelos presentes;

– PAC/PACAR: O Programa de Aceleração de Carreira que foi realizado em algumas empresas do Grupo como Eletrobras, Eletronuclear e CHESF, foi alvo de questionamento ao presidente do Sintergia. Por que Furnas segue sendo alijada deste processo? Por que o Sintergia segue em descaso com algo tão solicitado pelos trabalhadores. Também neste contexto, foi pontuado que Furnas não pode seguir todo ano sendo a última entre as GTs a iniciar o processo de SGD e Mérito;
O presidente do Sintergia disse que as inúmeras solicitações feitas à ASEF que também tem diretores do Sintergia, não chegaram a ele ou a outros membros da diretoria executiva. Foi pedido que estas questões sejam passadas diretamente a ele;

– Migração Plano de Saúde FRG: Foi questionada a omissão do Sintergia no catastrófico processo de migração do plano de saúde de Furnas para a Fundação Real Grandeza. Sendo citado o exemplo do STIU-DF que acionou a empresa para retroagir o plano para autogestão.
Novamente o presidente informou que todos os problemas registrados na ASEF não chegaram a ele para que tomasse uma atitude;

– Cartão Farmácia: Levantou-se que após anos de aprovação em assembleia, não se emplaca uma licitação para que o trabalhador tenha como benefício, o cartão farmácia.
Alguns presentes conheciam o assunto, falaram de vários problemas na licitação desde seguro até empresas não qualificadas em questões de governança. O presidente do Sintergia anotou o caso e se comprometeu em apurar;

– ACT de Banco de Horas: Assim que passarem as campanhas nacionais, o Sintergia vai colocar o tema em pauta em conjunto com outros sindicatos de Furnas para que se aprofunde, aperfeiçoe e delibere uma proposta para o BH de Furnas.

Fica a lição de que quando há boa vontade, organização e um pouco de seriedade, os encaminhamentos podem fluir.